ALTO CUSTO DO TRANSPORTE DIMINUI INVESTIMENTOS NA AMÉRICA LATINA E CARIBE, APONTA BANCO MUNDIAL
Jenifer Ribeiro, da Agência iNFRA
Os altos custos por quilômetro de produtos movimentados, em comparação com a União Europeia e o sul da Ásia, são um grande obstáculo para a atração dos investimentos internacionais para a América Latina e Caribe.
Isso é o que aponta o relatório do Banco Mundial, divulgado nesta terça-feira (4), denominado “O potencial da integração – Oportunidades numa economia global em transformação”. O documento está disponível aqui.
Segundo o texto, não há previsão de reverter esse cenário no curto prazo. Por isso, o relatório sugere que seja feita uma série de políticas públicas de longo prazo a fim de garantir mais integração entre os países e consequentemente atrair mais investimentos.
“Os gastos com investimento público, de cerca de 4 por cento do PIB [na América Latina e Caribe], são pequenos em comparação aos 7 por cento do PIB aplicados no Leste Asiático”, informa o documento.
O relatório destaca ainda que os países pertencentes à América Latina e o Caribe alocam mal recursos em infraestrutura e “que as obras construídas geralmente não são as mais necessárias, ao passo que os principais corredores [logísticos] continuam subdesenvolvidos”.
Crescimento do Brasil
O Banco Mundial aposta em um crescimento de 0,8% no PIB (Produto Interno Bruto) brasileiro em 2023 e 2% nos anos de 2024 e 2025. A projeção está abaixo da expectativa para a região, que é de 1,4% em 2023 e de 2,4% em 2024.
Além de ser menor que a previsão para a América Latina e o Caribe, o percentual de crescimento do PIB brasileiro também está abaixo das estimativas esperadas para o demais países pesquisados pelo Banco Mundial.
Contas públicas e juros
O relatório apontou ainda que o espaço fiscal nos países da América Latina e no Caribe vai continuar limitado durante este ano e que os superávits primários dos países da região não serão suficientes para cobrir o pagamento dos juros da dívida.
No entanto, o Banco Mundial reconheceu que países como o Brasil estão fazendo esforços para registrar superávits e que a pausa na alta de juros para controlar a inflação pode ser uma sinalização de reversão na política monetária.
No entanto, nem mesmo com essas políticas a entidade internacional acredita que o país vai conseguir compensar os crescentes pagamentos de juros causados pela dívida pública. No arcabouço fiscal, anunciado na semana passada pelo governo federal, o Ministério da Fazenda promete estabilizar a dívida pública bruta após 2026 e zerar o déficit primário em 2024.