ESTATAL FERROVIÁRIA PREPARA CONCESSÕES DE TERMINAIS NA FERROVIA NORTE-SUL

A estatal ferroviária Valec prepara uma série de concessões de áreas para a implantação de terminais logísticos interligados à Ferrovia Norte-Sul. Um terminal em Porto Franco (MA) será o primeiro a ser licitado, previsto para outubro deste ano. Em seguida, será a vez do pátio em Santa Helena (GO), uma área greenfield, para movimentação de cargas que vão se utilizar da ferrovia.
"Nossa missão é levar carga para a ferrovia", disse o presidente da estatal, André Kuhn, em entrevista à Agência iNFRA na semana que marca os primeiros 100 dias da nova gestão na empresa, cujos números serão apresentados em evento hoje (21), às 10h30, no
canal da companhia.
Após construir a maior parte da Ferrovia Norte-Sul nos últimos 40 anos, a estatal ferroviária ficou com pátios e terminais, onde a carga para a ferrovia fica armazenada. A ferrovia está sendo administrada pelas concessionárias VLI e Rumo, mas os pátios seguem com a Valec.
Há pelo menos 13 terminais ou pátios que a empresa pretende levar a mercado nos próximos anos. Segundo Kuhn, a ideia é ter uma modelagem semelhante à das concessões de infraestrutura que são realizadas pelo ministério, com produção de EVTEA, consultas públicas, market sound e licitação para a escolha dos novos administradores dessas áreas, de forma a dar maior competitividade nas disputas.
Jeferson de Lima Cheriegate, diretor de Negócios da estatal, diz que a empresa tem outros ativos repassados a ela ao longo dos anos, especialmente terrenos desapropriados ao longo das ferrovias, que também poderão ser levados a mercado.

Experiência com infraestrutura
Bens imóveis, contudo, não são os únicos ativos da companhia, que no início do governo quase foi fechada. A ideia inicial do ministro da Infraestrutura, Tarcísio de Freitas, era encerrar as atividades da estatal. A mudança ocorreu por causa dos ativos de conhecimento que a empresa adquiriu ao longo dos anos, especialmente na produção de projetos e metodologias para fazer licenciamentos e desapropriações.
"Tem muito conhecimento acumulado aqui que podemos utilizar para desenvolver a infraestrutura. Se uma cidade quiser fazer uma linha ferroviária de carga ou passageiros, não sabe por onde começar os estudos. Nós sabemos e podemos ajudar", afirmou o diretor de Negócios, informando que a ideia é transformar essa expertise em produtos que possam ser utilizados por governos e empresas.
Após desistir da ideia de extinguir a Valec, Freitas "pagou a missão" ao presidente André Kuhn, de fundir a Valec e a EPL (Empresa de Planejamento e Logística), outra estatal da pasta. Ex-professor no IME (Instituto Militar de Engenharia) e ex-colega de Freitas na sua passagem pelo DNIT, Kuhn explicou que está otimista quanto à missão de unir as empresas até o início do próximo ano.
Segundo ele, a fusão de duas estatais é algo inédito no governo federal e o caminho a se tomar para isso está sendo decidido entre as empresas, o ministério e a PGFN (Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional). 
De acordo com o presidente, há três caminhos em análise, que são: fazer com que a Valec incorpore a EPL; um decreto unificando as duas empresas; ou o envio de um projeto de lei ao Parlamento. A depender dessa decisão, o processo de união dessas estatais poderá ter o seu andamento com maior ou menor velocidade.

 

Fonte: Dimmi Amora, da Agência iNFRA